Destina-se este blogue a passar da cabeça do autor para o écran do computador, algumas pequenas memórias e outras estórias, bem como considerações e transcrições consideradas de interesse e dá-las a conhecer aos Amigos.
DIVAGAÇÕES
domingo, setembro 13, 2020
SMA - colocação de professores
Mais um pitoresco episódio passado no e pelo passado à história SMA.
Que interessante o episódio contado! E a conclusão continua a ser verdadeira: o computador só responde, só organiza, só recorda a informação que lá foi posta e como foi posta! Essa da inteligência do computador não me convence e dificilmente me convenceria, se acaso ainda por cá estivesse quando tal máquina fosse concebida. E não me convence, porque a inteligência manifesta-se através da capacidade de relacionar livremente informação retida na mente. Ora, é essa liberdade, que, julgo, nunca poderá ser, em absoluto, introduzida no computador; ele nunca terá acesso ao livre arbítrio, logo nunca será capaz de competir inteligentemente com o mais pacóvio dos seres humanos.
Também me inclino para aí, estando no entanto esta inclinação muito influenciada pelos anos em que trabalhei na informática, numa época em que os computadores , comparados com os de hoje, eramverdadeiros analfabetos. A propósito, li há muito pouco tempo, num livro da autoria de alguém metido no assunto, que propunha como critério para a admitir a chegada da inteligência artificial o seguinte: Punha dois dialogantes frente a frente, em que um era humano e o outro poderia ser humano ou um computador, sem que primeiro disso tivesse conhecimento. Quando o primeiro dialogante não conseguisse distinguir a natureza do segundo, era chegada a inteligência artificial.
Ainda a propósito da Inteligência Artificial (IA). Ela vai ser um motor potente na continuação da mudança da detenção do poder no mundo. Esse poder, desde os primórdios da evolução humana em que se tornou sedentária, começou por assentar nos senhores da terra. O poder detido era grosso modo proporcional às extensões territoriais possuídas. Nos séc. XVIII/XIX, impulsionado pela Revolução Industrial, o poder foi-se transferindo para os senhores detentores do Capital, resvalando cada vez mais para a sua expressão financeira. Actualmente, com a espantosa evolução das tecnologias electrónicas, e da sua incidência em (quase) todas as actividades humanas (e muito particularmente nas comunicações e na ciência), aquele poder caminha na direcção dos detentores da informação e consequentemente da criação e condução da IA. Quem a detiver vai governar o mundo. E para além dos aspectos positivos que sempre existirão, outro negativo e muito que se me afigura é a concentração do poder em cada vez menos pessoas habilitadas e utilizadoras dessas tecnologias de ponta, IA incluída, e os “outros”. As desigualdades sociais tenderão a agravar-se inexoravelmente neste actual sistema de vida em que o próprio planeta se começa a revoltar. Será esta uma visão pessimista? Aceito que sim mas com a ressalva de não querer que seja determinista.
3 comentários:
Que interessante o episódio contado!
E a conclusão continua a ser verdadeira: o computador só responde, só organiza, só recorda a informação que lá foi posta e como foi posta!
Essa da inteligência do computador não me convence e dificilmente me convenceria, se acaso ainda por cá estivesse quando tal máquina fosse concebida. E não me convence, porque a inteligência manifesta-se através da capacidade de relacionar livremente informação retida na mente. Ora, é essa liberdade, que, julgo, nunca poderá ser, em absoluto, introduzida no computador; ele nunca terá acesso ao livre arbítrio, logo nunca será capaz de competir inteligentemente com o mais pacóvio dos seres humanos.
Também me inclino para aí, estando no entanto esta inclinação muito influenciada pelos anos em que trabalhei na informática, numa época em que os computadores , comparados com os de hoje, eramverdadeiros analfabetos.
A propósito, li há muito pouco tempo, num livro da autoria de alguém metido no assunto, que propunha como critério para a admitir a chegada da inteligência artificial o seguinte:
Punha dois dialogantes frente a frente, em que um era humano e o outro poderia ser humano ou um computador, sem que primeiro disso tivesse conhecimento.
Quando o primeiro dialogante não conseguisse distinguir a natureza do segundo, era chegada a inteligência artificial.
Ainda a propósito da Inteligência Artificial (IA).
Ela vai ser um motor potente na continuação da mudança da detenção do poder no mundo.
Esse poder, desde os primórdios da evolução humana em que se tornou sedentária, começou por assentar nos senhores da terra. O poder detido era grosso modo proporcional às extensões territoriais possuídas.
Nos séc. XVIII/XIX, impulsionado pela Revolução Industrial, o poder foi-se transferindo para os senhores detentores do Capital, resvalando cada vez mais para a sua expressão financeira.
Actualmente, com a espantosa evolução das tecnologias electrónicas, e da sua incidência em (quase) todas as actividades humanas (e muito particularmente nas comunicações e na ciência), aquele poder caminha na direcção dos detentores da informação e consequentemente da criação e condução da IA.
Quem a detiver vai governar o mundo. E para além dos aspectos positivos que sempre existirão, outro negativo e muito que se me afigura é a concentração do poder em cada vez menos pessoas habilitadas e utilizadoras dessas tecnologias de ponta, IA incluída, e os “outros”.
As desigualdades sociais tenderão a agravar-se inexoravelmente neste actual sistema de vida em que o próprio planeta se começa a revoltar.
Será esta uma visão pessimista? Aceito que sim mas com a ressalva de não querer que seja determinista.
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