DIVAGAÇÕES

sexta-feira, abril 09, 2021

Reforma do comando superior das FFAA

 

Trabalho elaborado pelo GREI (Grupo de Reflexão Estratégica Independente), que vale a pena ler, sobre a intenção do Governo em reformar o comando superior das FFAA, "nas costas" das mesmas.

AQUI.

1 comentário:

Luís Alves de Fraga disse...

Tenho-me abstido de fazer comentários públicos sobre esta nova decisão, porque, já avançado em idade e distante das funções activas, mais dedicado a outras problemáticas, pensei, pouco poderia contribuir para este assunto.
Contudo, porque publicado no teu blog, e pela muita consideração que tenho por ti, acho que não deverei manter silêncio sobre o que está em fase de "acabamento".
A primeira reflexão crítica que me salta é a de que o Ministério da DEFESA, não da Defesa, mas sim das Forças Armadas, porque, realmente, não tem na mira a defesa, mas somente as Forças Armadas, que são UMA parte da defesa nacional. É um Ministério que se limita a gerir - e mal - as "coisas" das Forças Armadas; para ser da DEFESA tinha de desenvolver políticas estratégicas em relação a muitas das actividades de outros Ministérios. Isso não o faz, nunca o fez e, provavelmente, nunca o fará. Na minha opinião, como a melhor defesa é o ataque, o GREI deveria começar as suas reflexões estratégicas (até porque faz questão de integrar maioritariamente oficiais-generais de muitas estrelas) por colocar em causa a actividade do Ministério da Defesa, mostrando que os militares são capazes de perceber melhor os deveres dos políticos do que estes os dos militares.
Segunda reflexão crítica. Se alguma alteração há a fazer, teria de ser a do regresso dos Ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, para que os oficiais-generais Chefes dos Estados-Maiores deixassem de ser gente "da confiança política" dos Governos para passarem a ser, enquanto no activo, técnicos responsáveis pela prontidão das forças respectivas, coordenados ou não por um CEMGFA. Depois de passados à reserva poderiam, aqueles que para tal tivessem vocação, candidatar-se a ministros das pastas militares.
Terceira reflexão crítica. Quais são, de facto, as reais objecções à proposta do MDN? Há que clarificá-las de modo a que não surjam como simples defesa de vaidades e princípios assentes numa decisão tomada na sequência do 25 de Abril de 1974 - a de acabar com os ministros dos Ministérios militares, passando as prorrogativas destes para o cargo de Chefe de Estado-Maior.
E, por hoje, fico-me por aqui... talvez um pouco provocatório.