DIVAGAÇÕES

terça-feira, fevereiro 16, 2021

MEMÓRIAS DA JUVENTUDE III - Uma aventura de D. Pedro

 Mais uma cena romântica de cavalaria:

Em tempos que já lá vão, havia um jovem besteiro que tinha uma noiva, a qual foi raptada por um cavaleiro dono de um certo castelo.
Ora o besteiro, estando para casar, foi pedir auxílio a D. Pedro, o Justiceiro, o qual se prontificou logo a dar-lho.
O príncipe, levando consigo uma massa de armas, partiu para o castelo do cavaleiro. Assim que se encontrou lá dentro, tratou de procurar a jovem e ficou muito admirado quando a viu amordaçada, com o cavaleiro e seus vassalos ao pé.
Então D. Pedro decidiu matá-lo, mas não querendo sujar a sua arma com o sangue de um vilão, ordenou aos seus vassalos que atassem uma coda no tecto e o enforcassem.
Dias depois realizou-se o casamento do besteiro com a jovem, do qual D. Pedro foi padrinho.

Lisboa, IPE, Janeiro de 1958.

1 comentário:

Luís Alves de Fraga disse...

Ora aqui temos uma estória que, mais uma vez, retrata a nossa juventude e o que ela era. A imagem que nos era incutida do Poder tanto na sua bondade como no seu sentido de justiça. O verdadeiro culto do chefe, que até pode nem ter sido desenvolvido no tempo do Estado Novo, mas antes, para nos levar à conformação com o "status quo".
Estes textos valem pelo que dizem nas linhas e, em especial, nas entrelinhas.
Obrigado.